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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Entre duas pessoas que já se amaram


Esses últimos dias, tenho ido junto com uma amiga da faculdade para o fórum assistir audiências que são obrigatórias pra minha matéria de Estágio. Daí eu preciso assistir 3 audiências de cada área (criminal, cível e trabalhista).
Ontem, resolvemos assistir na parte de cível, uma audiência na 1ª Vara de Família. Tanto o promotor, quanto o Juiz foram super atenciosos, sempre explicando os ritos do processo. Antes de começar a audiência, estávamos sentadas esperando junto com as pessoas que iriam ser as partes da audiência.
Fizeram a primeira chamada e só estava presente o autor da ação. Daí depois de um tempo, chega uma mulher que passa direto e senta do outro lado de onde estávamos. Quando ouve a segunda chamada, o homem que já estava presente respondeu que a outra parte estava presente.
Até então achei estranho né.  Já que a mulher passou sem ao menos olhar para o homem. Então, durante a audiência deu pra ter noção do que se tratava.
Era uma ação revisional (eu não sabia do que se tratava, até ontem), em que a qualquer tempo pode ser proposta para reajustar os valores de pensão alimentícia. Quando me inteirei sobre isso fiquei chocada. Então aquele casal tinha um filho juntos, e agiam como se fossem estranhos.
Durante toda a audiência, fiquei estudando o comportamento dos dois e não entrava na minha cabeça como eles podiam ser tão frios, ou melhor indiferentes com a presença um do outro. Teve um momento em que ficou somente os dois frente a frente, sendo que eles nem se olhavam e durante todo o tempo não trocaram sequer uma palavra.
Eu acredito que esse filho (ou melhor, filha, é um menina), deve ter sido feita com amor e em algum momento da vida desses dois, eles tiveram algum sentimento bom um pelo outro. Acho inadmissível esse tipo de tratamento. Francamente, nem meus pais que se separaram quando eu tinha 5 anos de idade pararam de se falar, sendo que minha mãe tinha mil motivos pra ter ódio mortal do meu pai, nunca pararam de se falar, pelo contrário eles são amigos até hoje.  E uma coisa que minha mãe nunca fez foi me colocar contra meu pai, muito menos meu pai contra a minha mãe.
Aí eu vejo um casal, igual a esse na audiência, sem nem ao menos um pouco de educação, pois tudo bem não ter uma relação de amizade e contato direto, mas certas regras como cumprimentar e ter assuntos pra tratar sobre a criança deveriam ser passadas por cima de qualquer orgulho, rancor ou mágoas do passado.
Pra mim, vale mais a pena entrar em um acordo em conjunto, conversando diretamente do que chegar ao ponto de só conseguir se entender na frente de um juiz, com um promotor intermediando.
Tudo bem, as separações ocorrem, e ninguém é obrigado a ficar com alguém, se aquele já não tem interesse (por qualquer razão que seja). Mas se dessa relação gerou filhos, acho que as pessoas precisam pensar mais.
Precisam pensar na hora de colocar uma criança no mundo, precisam pensar em como um filho nos trás custos e que fará ter um laço eterno com o ex-parceiro(a) quando se tratar dos assuntos dos filhos.
Bom, o final dessa história que contei acima foi acordado, apesar de nenhuma das partes trocarem uma palavra e tudo por intermédio dos defensores públicos, foi reduzido o valor da pensão, em virtude das condições financeiras do pai e deste ter tido outro filho, fruto do atual casamento.


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